Lembrança Eterna de uma Mente sem Brilho


Belíssimo Horizonte
14-agosto-2005, 5:57
Filed under: Estrada

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Sexta-feira. Cidade diferente, ritmo diferente, ares diferentes. Saio cedo, sete e meia da matina, para pegar ônibus e ir me encontrar com o meu amigo palestrante. Em tese iria tranquilamente no ônibus de oitimeia e chegaria mais ou menos por volta de duas da tarde. Acho. Ônibus sempre demoram mais.

Óbviamente, como era de se esperar, nada de ônibus. Lotado. Numa sexta qualquer. É a crise, pensei. Volto pra casa pra pegar o carro.

Chego às duas. Quebrado. Lá está ele, o amigo, de terno bege. Parece surreal o encontro. Dentro do recinto estão um japa paulista e uma morena mineira. Não sei bem onde estou, e penso sériamente se sei o que estou fazendo. Não entendo na hora o que aconteceu. Todos me abraçando, me tratando como membro da família. Surreal.

Consigo dormir duas horas. O amigo e o japa, agora meu amigo de infância também, claro, já tinham saído. Na sala estão a mineira e com quem viajei. Me situo. Olho pela janela. Realmente tem um belo horizonte.

Chegamos na hora da palestra, como todo bom carioca. Não conseguimos ver nada do salão. Bem que queria. Livros mil para ver e comprar barato, e eu tive que correr para não perder a palestra.

Além do amigo e do japa amigo, tinha outra paulista discutindo a importância dos blogs na literatura e na sociedade brasileira. Tinha um nome mais bonito para a palestra. Discutiram com seriedade o assunto. O mineiro falou muito, até escreveu um texto gigante pra tratar do assunto. O japa, que falou depois, não demorou muito. A paulista, de voz mansa e simpatia absoluta, falou um pouco mais. Olhem nos blogs deles pra saber se tudo. Não vou repetir tudo aqui. Foi muito legal.

Passamos a noite entre músicas boa e umas muito ruins, discutindo de política às melhores bandas dos anos 80. Dentre as quais, óbviamente, não se inclui o Ira!. Pelamordedeus Bia, o Ira! é uma merda. Concordamos que o Clash foi mais importante que o Sex Pistols, e que Nirvana trouxe o sucesso de bandas como Alice in Chains. Não consigo acreditar que algum dia o Biquini Cavadão e o Kid Abelha fizeram álbums decentes. E o Ira! continua uma merda.

Nove e meia da manhã todos foram dormir. Todos menos eu, que caí na cama às sete. O japa também foi dormir antes, mas acordou assustado e sumiu antes que todos pudessem dizer tchau. Nem vi nada disso. Estava cansado demais. Acordei antes de todos, só pra ver a Viva ainda acordada. Não tinha conseguido dormir. Nossa.

Enquanto alguns passavam o dia dormindo, e a Viva finalmente sucumbia ao sono, ficava estasiado vendo meu West Ham liderar a Premiership. Back where we belong.

Saímos à tarde para o Mineirão e o Lago da Pampulha. Acho que o lago tem esse nome, não lembro. O Mineirão é tão pequeno, sério. Minúsculo. Pra quem está acostumado com o Maracanã ou até o Morumbi (morei do lado do Morumbi por três anos), o Mineirão é tão pequeno. E está meio sujinho o coitado. Nem vi o Mineirinho, mas deve ser do tamanho da concha acútica da PUC.

À noite teve festa na casa dos caras do Witchhammer. Só gente boa. E vários vinis clássicos. Muito bom. Bia estava inspirado. Se tivesse seis bilhões de cus, acho que dava um pra cada habitante desse planeta. Monica e Guto estavam assustados, com certeza. Eu estava.

Tão surreal foi essa viagem que conheci alguém totalmente inesperado. Vocês todos saberão mais tarde quem é. Totalmente bizarro. Ted é famoso. Ted é engraçado. Ted é gente boa. Ted irritou muita gente.

Hoje acordo seis e meia, depois de duas horas de sono, e pego o carro pra voltar pro Rio. Incrívelmente sem o menor sono e cansaço. E ainda abismado com a total receptividade das pessoas, com a amizade instantânea, com a confiança automática. E ainda sei que demorarei um pouco para entender tudo. Nada mais lógico que marcar outro encontro pra tentar esclarecer tudo.

Sexta, dia 19, tem mais. Que bom.


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[…] doutor foi-se. Não se sabe quando ele volta, mas espero muito que ele volte. Se não mando o Ted atrás dele. Deixe um comentário Sem comentários ainda até o momento Deixe um comentário […]

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